quinta-feira, 5 de abril de 2012

Em Caxias, no Maranhão, Símbolos da JMJ vão aos presos, aos estudantes e aos militares

Os Símbolos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) chegaram à Diocese de Caxias do Norte (MA) por volta das 23h do dia 31 de março. Iniciou-se na cidade de Timon uma grande peregrinação da Cruz e do Ícone de Nossa Senhora. As celebrações e vigílias da noite foram marcadas por orações e testemunhos.
No dia 1° de abril, a juventude e o povo de Deus, somando oito mil pessoas das quatro paróquias da cidade, tomaram conta das ruas e caminharam em procissão para a celebração de Domingo de Ramos. Os jovens da Fazenda da Paz (instituição de recuperação de dependentes químicos) carregaram a Cruz e o Ícone de Nossa Senhora no percurso pelo qual milhares de pessoas passaram para rezar.
Na tarde do mesmo dia, o momento que tomou conta do coração das pessoas foi a entrada dos Símbolos na cadeia de Timon, onde os 250 presos puderam tocá-los e rezar diante deles, dando um testemunho de fé e agradecendo à Igreja por ter preocupado com eles.
Em seguida a Cruz e o Ícone, acompanhados de 200 carros, partiram em carreata para a cidade de Caxias. Os Símbolos foram acolhidos por milhares de pessoas com seus altares nas portas e janelas das casas. O parque da cidade, foi tomado por uma multidão de 15 mil pessoas que caminharam três quilômetros até chegar à Praça da Catedral, onde mais 20 mil pessoas esperavam. Lá, Dom Vilson Basso, bispo de Caxias e referencial da juventude no Regional Nordeste 5, celebrou a missa. Logo na sequencia a banda Domus realizou alegre e contagiante show.
A 5h da manhã do dia 2 de abril, os Símbolos continuaram peregrinando pela cidade. Carregados pelos jovens voluntários, eles foram até o Batalhão do Exército de Caxias e até a Polícia Militar. Vinte jovens do Exército e mais dez da policia militar carregaram a Cruz e o Ícone até a Praça da Catedral, onde 20 mil estudantes os esperavam para rezar e fazer sua procissão. Para poder acolher a Cruz, foi decretado feriado municipal.
Durante a caminhada com os estudantes, Dom Vilson pedia para parar o trio elétrico diante de hospitais, creches, repartições publicas, do comércio, do centro cultural, etc., e abençoava todas as pessoas, deixando uma mensagem de amor e paz. Na tarde do mesmo, dia os Símbolos passaram pela cadeia de Caxias e, em seguida, se encontraram com os universitários, num momento em que a oração e o testemunho tomaram conta dos jovens e professores. Às 22h, começou a vigília na Catedral, onde muitos jovens testemunharam a sua fé.
Na terça, 3 de abril, por volta de 4h da madrugada, começou a missa de envio e milhares de pessoas se despediram da Cruz e do Ícone de Nossa Senhora chorando, na certeza de que a missão foi cumprida naquela diocese, que já vive como Igreja em estado permanente de missão.
Testemunho do P. Toninho (assessor da Comissão Pastoral Episcopal para a Juventude):
Passei 24h rezando com os jovens e seguindo os Ícones da JMJ. Na Procissão de Ramos, num calor de 35 graus, Nosso Senhor Jesus tocava profundamente o coração daquelas oito mil pessoas que caminhavam incansavelmente seguindo os Símbolos da JMJ em Timon.
Como se não bastasse, a Cruz e o Ícone de Nossa Senhora foram levado pelos jovens para dentro da cadeia, e ao ver tantos jovens na prisão meu coração sangrou. Os jovens presos pediam a Deus que os tirasse daquela cadeia e mesmo com uma dor muito grande, perguntei ao jovem Rafael pelo buraco da grade da prisão qual era a esperança dele. Resposta: “Deus é mais e ele vai me tirar daqui e vou começar uma vida nova”. Nesse momento chorei, porque sei que nas cadeias do Brasil a maioria dos presos são jovens e, assim como esses presos de Caxias do Norte, também milhares de jovens sonham e gritam por liberdade.
Também pude experimentar um momento de grande esperança para nossa Igreja do Brasil. foi na manhã do dia 1º de abril, quando, junto com Dom Vilson, caminhei em procissão com os Símbolos da JMJ com mais de 20 mil jovens estudantes que rezavam intensamente. Ali pude experimentar o rosto jovem da Igreja. Bendita Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo!

Padre Toninho Ramos, assessor nacional da Juventude

Cardeal Rylko: JMJ mais importante do que o Mundial de Futebol

“Do Rio de Janeiro esperamos uma manifestação de grande fé e de alegria de sermos cristãos. Trata-se de um evento mais importante do que o Mundial de futebol de 2014 e das Olimpíadas de 2016, seja pelo número de participantes, seja porque os jovens de hoje necessitam, antes de mais nada, de se firmar na fé e na grande família da Igreja para contribuir mais e melhor à vida da sociedade”.

Nestas palavras do presidente do Pontifício Conselho para os Leigos (Pcl), Card. Stanislaw Rylko, encontram-se resumidas todas as expectativas em relação à próxima Jornada Mundial da Juventude de Rio de Janeiro de 2013 (23-28 de julho). Durante a coletiva de imprensa, na manhã desta segumda-feira, no Vaticano, com a presença de Dom Orani João Tempesta, Arcebispo do Rio de Janeiro e de Dom Eduardo Pinheiro da Silva, Bispo auxiliar de Campo Grande (MS) e Presidente da Comissão Episcopal para a Juventude da CNBB, o cardeal afirmou que “da JMJ está nascendo uma nova geração de jovens e de agentes da PJ mais sensíveis e preparados”.

“A JMJ foi realmente uma intuição profética do bem-aventurado João Paulo II que realizou uma revolução no campo da pastoral juvenil”, acrescentou o presidente do Pcl, citando também as palavras de Bento XVI: “A JMJ abre um novo jeito de ser cristãos”. Por isso o trabalho que toda a Igreja realiza na preparação destas Jornadas. “O trabalho para Rio 2013 – explicou o purpurado – continua a pleno ritmo, intenso e profissional pela qualidade do esforço e pela perfeita colaboração entre Bispos locais e as instituições”.

Sobre o processo de preparação falou Dom Orani dando alguns números: “O site oficial da JMJ - www.rio2013.com – é disponível em 5 línguas: português, espanhol, inglês, italiano e francês. A Rede social da JMJ, seja facebook como twitter, chega a mais de 600 mil pessoas. 17 mil são até agora os voluntários cadastrados e se espera chegar a 60 mil. O concurso para o Hino ainda está aberto e sua apresentação será feita um ano antes da JMJ. As inscrições para os grupos de peregrinos serão abertas a partir do próximo mês de julho”.

Entre as indicações feitas aos jornalistas a relativa à Via Sacra, que terá pelo menos uma estação, “a do Cirineu”, inserida nas favelas, para o desafio da pobreza que questiona o Brasil. Por fim, o arcebispo do Rio afirmou que nos últimos anos o nível econômico do Brasil cresceu e as diferenças sociais diminuíram. “A JMJ será uma oportunidade para oferecer um crescimento também nos valores cristãos, de solidariedade, justiça, esperança e coragem às novas gerações”.

“Estamos muito confiantes e determinados em tentar levar a JMJ à África, um continente jovem, porque realmente o merece”, disse ainda o Presidente do Pontifício Conselho para os Leigos (Pcl), Card. Stanislaw Rylko. “Com o SECAM, a Conferência Episcopal das Igrejas Africanas, estamos em busca de um lugar apto para acolher este evento com garantias de boa comunicação, segurança e do ponto de vista sanitário. Existe muita determinação e uma ponta de orgulho para receber, pelo menos uma vez, a Jornada na África. O primeiro passo foi realizado vários anos atrás com a Cruz dos Jovens que visitou vários Países africanos, despertando muito entusiasmo”. “Agora – concluiu o cardeal – estamos convencidos de que chegou o tempo também para uma JMJ na África”.